Marcelo Zacarelli

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02 abril 2011

Sangue Vermelho


Na senzala, meu corpo...
Negro imaculado, execrado!
Violentado pelo medo exagerado
Pelo sangue derramado.

Padece sem culpa
Pela cor escolhida por Deus
Pela vaidade de capatazes ateus
Dona Isabel um pouco tarde apareceu.

Meu sangue também é vermelho
Assim parecido com o teu
O mesmo que Jesus derramou na cruz
Quando por ti e por mim padeceu.

No cativeiro irracional
A morte velava o negrume
A noite era testemunha do açoite
De negros amordaçados e imunes.

Naquele ano em 13 de maio
Expirou-se a escravidão
Não se sabe até hoje a verdade
Se das mãos de uma mulher
Nasceu a tão sonhada liberdade.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 2002 no dia 27
Itaquaquecetuba (SP)

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