Marcelo Zacarelli

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08 abril 2011

Todo Maio é Igual


Estou confuso
A chuva não para de cair
Alguém está parada em frente ao portão
A tranca não é suficiente para impedi-la
Os olhos desconfiam a presença de alguém
Ela partiu há tanto tempo.

Estou confuso
Neste maio congelado
As folhas varridas como meu pensamento
Desde que ela se foi
Não há mais flores nos jardins
Se o que ficou para trás
Trás-lhe algum sentido
Se vier buscar algo que ficou
Este portão não há pode impedir
Eu lhe asseguro
Algo aqui dentro deixou de existir.

Deixem as morrer
Todo maio é igual
Renascem em fevereiro
Todo maio é igual.

Estou confuso
Esta chuva não pára
Limpo o embaçado da janela
Vejo que o sol se foi
Não há mesmo mais sentido
Algo aqui dentro deixou de existir.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Mauá março de 2006 no dia 25

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