Quando contorno a esferográfica
Em um espaço vazio de papel
Não são os vestígios de sua tinta
Que me trazem inspiração para descrever;
São pensamentos que se deixam escapar
Da minha mente sofrida;
São idéias que outrora esquecidas lembra-me você.
Encontrarei inspiração nos teus cabelos
Longos e castanhos como as folhas de outono;
Busquei palavras nos teus olhos
Lindos e negros como o fio da noite a guardar segredos;
Observei atentamente o teu falar
Calmo como as águas em pedras repousar.
Ao contornar a esferográfica
Não me ousei a desenhar o teu corpo nu;
Ao imaginar a profundeza dos abismos
Ao me deparar com a ira dos deuses
Eu até que tentei...
Por sorte deste poeta, da esferográfica acabou a tinta.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 1998, no dia 10.
Um comentário:
Como sempre, belos poemas que encantam. Acontece o mesmo caso quando ao escrever, as palavras vão saindo, e já escrevi sobre isso, do fato de vir a inspiração, e ao aproveitá-la, o que a mente pensa a mão produz.
Grande Abraço Poeta!
Citei você no meu blog num soneto chamado Poeta Solitário, quando puder, confira.
Zé Roberto
http://sosonetando.blogspot.com
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