Marcelo Zacarelli

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05 setembro 2011

A Tinta da Esferográfica


Quando contorno a esferográfica
Em um espaço vazio de papel
Não são os vestígios de sua tinta
Que me trazem inspiração para descrever;
São pensamentos que se deixam escapar
Da minha mente sofrida;
São idéias que outrora esquecidas lembra-me você.

Encontrarei inspiração nos teus cabelos
Longos e castanhos como as folhas de outono;
Busquei palavras nos teus olhos
Lindos e negros como o fio da noite a guardar segredos;
Observei atentamente o teu falar
Calmo como as águas em pedras repousar.

Ao contornar a esferográfica
Não me ousei a desenhar o teu corpo nu;
Ao imaginar a profundeza dos abismos
Ao me deparar com a ira dos deuses
Eu até que tentei...
Por sorte deste poeta, da esferográfica acabou a tinta.


Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 1998, no dia 10.

Um comentário:

Maknim disse...

Como sempre, belos poemas que encantam. Acontece o mesmo caso quando ao escrever, as palavras vão saindo, e já escrevi sobre isso, do fato de vir a inspiração, e ao aproveitá-la, o que a mente pensa a mão produz.

Grande Abraço Poeta!
Citei você no meu blog num soneto chamado Poeta Solitário, quando puder, confira.

Zé Roberto
http://sosonetando.blogspot.com