Eu bem que
imaginei como é
O que se
passava no coração de José
Ao arquitetar
a praça ali no marco zero
Bem cedo na
catedral eu entrei pra rezar o meu credo.
Descia com um
terço nas mãos as escadarias
Orando um pai
nosso e uma ave Maria
Foi quando me
sentei para apreciar o chafariz
Eu estava na
Sé, mas lembrava Paris.
O sol rasgava
as frestas dos arranha-céus
Nossa Senhora
cobria teu filho com o manto véu
Ouvia o
violeiro tocar bossa nova
Lembrava Jobim
e o beijo da amada na Mooca.
Japoneses,
baianos, judeus e paulistas
Esmola pro
cego, mendigos, camelôs e artistas
Menino de rua
com a caixa nas costas, mulato...
Pergunta seu
moço, engraxa o sapato?
É que eu sinto
que bate mais forte o meu coração
Quando os
pombos vierem mansinhos comer em minhas mãos
Quanta gente
passando apressada ao meu lado
Desconfio a
carência de um beijo e um abraço.
Mas à noite a
garoa parece fechar as cortinas
Dos boêmios
amantes que vem da Avenida Paulista
Fecho os olhos
e vejo mais perto a iluminada Paris
Abro os olhos
e vejo a Sé que me faz mais feliz.
Mas o que se
passava no tal coração de José?
Só quem sabe e
conhece a mais linda das praças da Sé.
“Homenagem á São
Paulo 458 Anos”
Pelo autor
Marcelo Henrique Zacarelli
Village,
Janeiro de 2012 no dia 09.
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