Marcelo Zacarelli

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04 fevereiro 2012

Vigiando os Sentidos


Como cães, dilaceram sonhos
Um tragar de felicidade
Em um só gole de estupidez
Um olhar obscuro e contido de malícia
Afogam as meninas dos olhos
Em bebidas quentes
Vou-me embriagar de palavras vazias
Acordar sóbrio nas calçadas da vida
Procurar abrigo na tenda dos ciganos
Assoprar o lampião apagando as dúvidas
Vou lavar o rosto nas lágrimas dos fracos
E quando os cães vierem
Comer da carne dos meus ossos
Fartar-se-ão de fadigas
Vou procurar a paz na sombria campa
Vestir-me de lábios impuros e profanos
Como o corpo que deleita em hipocrisia
Como aves sedentas de injustiça
Rodeiam mesas de pratos sujos
Prefiro ao sono profundo à dor
Acordar em um poço de lamas reais
A sonhar com um dia de festas
Fazer planos para dias melhores
Esperar a tempestade passar no deserto
As aves passearão com os cães
E retornarão uma vez
Estarei acordado vigiando os sentidos.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli / Agosto de 2001 no dia 07.

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