Como cães,
dilaceram sonhos
Um tragar de
felicidade
Em um só gole
de estupidez
Um olhar
obscuro e contido de malícia
Afogam as
meninas dos olhos
Em bebidas
quentes
Vou-me
embriagar de palavras vazias
Acordar sóbrio
nas calçadas da vida
Procurar
abrigo na tenda dos ciganos
Assoprar o
lampião apagando as dúvidas
Vou lavar o
rosto nas lágrimas dos fracos
E quando os
cães vierem
Comer da carne
dos meus ossos
Fartar-se-ão
de fadigas
Vou procurar a
paz na sombria campa
Vestir-me de
lábios impuros e profanos
Como o corpo
que deleita em hipocrisia
Como aves
sedentas de injustiça
Rodeiam mesas
de pratos sujos
Prefiro ao
sono profundo à dor
Acordar em um
poço de lamas reais
A sonhar com
um dia de festas
Fazer planos
para dias melhores
Esperar a
tempestade passar no deserto
As aves
passearão com os cães
E retornarão
uma vez
Estarei
acordado vigiando os sentidos.
Pelo autor
Marcelo Henrique Zacarelli / Agosto de 2001 no dia 07.
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