Marcelo Zacarelli

Marcelo Zacarelli

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19 abril 2012

Enigma do Amor


Elevo meus olhos à formosura do teu rosto, a observar cada movimento dos teus olhos, que parados fingem não olhar para os meus. Compreendo, pois aí está uma resposta na qual me pergunto; como enganar um sentimento? Foi olhando para os teus olhos que descobri um sentimento de malícia, o brilho surpreendente de um olhar assustado, querendo amar... Descobri que existe um motivo forte para desejá-lo, olhando em teus cabelos então encontrei inspiração, longos cabelos como a noite que se perde na escuridão. Observando seu corpo eu me perdi quando me salta uma vontade louca de possuí-la. Você veio não sei bem de onde, só sei que me fez amar, tuas palavras são como correntes que me cerram em um labirinto de prazer. Admira-me como quer, sem que eu possa me defender, sou escravo das tuas insinuações, me devoras com voraz preenchimento...  Neste calabouço, procuro pelo meu subconsciente, mas não o encontro por estarem perdidos nos teus desejos.  Procuro forças em meu corpo surrado, consumido pela vontade de te amar, paro então para pensar se me resta ao menos a vida, pois até ela perdi, e sei que não haverá retorno, porém se não mais retornar é por que a ti tenho entregado a vida, estarei amordaçado e feliz, não mais vou precisar lutar com minha própria vida para ter a sua.


*** Carta de um homem que perde a lucidez ao imaginar estar amando a mulher amada. ***


Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, Janeiro de 1990 no dia 02.

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