Elevo meus
olhos à formosura do teu rosto, a observar cada movimento dos teus olhos, que
parados fingem não olhar para os meus. Compreendo, pois aí está uma resposta na
qual me pergunto; como enganar um sentimento? Foi olhando para os teus olhos
que descobri um sentimento de malícia, o brilho surpreendente de um olhar
assustado, querendo amar... Descobri que existe um motivo forte para desejá-lo,
olhando em teus cabelos então encontrei inspiração, longos cabelos como a noite
que se perde na escuridão. Observando seu corpo eu me perdi quando me salta uma
vontade louca de possuí-la. Você veio não sei bem de onde, só sei que me fez
amar, tuas palavras são como correntes que me cerram em um labirinto de prazer.
Admira-me como quer, sem que eu possa me defender, sou escravo das tuas
insinuações, me devoras com voraz preenchimento... Neste calabouço, procuro pelo meu
subconsciente, mas não o encontro por estarem perdidos nos teus desejos. Procuro forças em meu corpo surrado, consumido
pela vontade de te amar, paro então para pensar se me resta ao menos a vida,
pois até ela perdi, e sei que não haverá retorno, porém se não mais retornar é
por que a ti tenho entregado a vida, estarei amordaçado e feliz, não mais vou
precisar lutar com minha própria vida para ter a sua.
*** Carta de um
homem que perde a lucidez ao imaginar estar amando a mulher amada. ***
Pelo autor
Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba,
Janeiro de 1990 no dia 02.
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