Na capitonê da
cadeira verde musgo
Ondina rosna
uma opera em toada
Derrepente um
silêncio, quase susto
E a morte lhe
parece descompromissada;
No cinzeiro um
cigarro queima corpo inteiro
Para este
parece que a morte lhe chegou mais cedo
A sorte é do
pulmão do Aldo jornaleiro
Que dorme com
as cinzas da bituca sobre os dedos;
O velho Red em
fim caolho por luta
Bem travada
nas províncias de Barbosa de Campos
Amontoa as
orelhas de tão bem que escuta
A regência
miserável pelos cantos;
O Big Bem na
sala anuncia onze horas
Ondina ignora
na cadeira, até que peida!
Malditos
ponteiros oras bolas!
Há um restinho
de quinta, quase sexta;
A mão inquieta
procura pelo café quase frio
E derrama
sonolência sobre a pífia sala
A boca
arreganhada desprovida de um vazio
Para um golpe
de amargo se prepara;
Subindo ou
descendo a ladeira
A morte bem
que cai de vencida
Talvez um dia
volte para levar a cadeira
Um pouco mais
pode esperar pela Ondina.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Fevereiro de 2012 no dia 04.
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