O
tempo ruiu as acrópoles
Arruinou
a antiga Grécia e um coração...
A
bela dos cabelos negros ostentou o olhar de um menino
O
entregou a própria sorte
Voraz
em teu apetite se rebela e amordaça
Como
a fúria dos tornados
Incendeia
Roma e os fios dos cabelos de um mortal
Fumegam
as tuas sobrancelhas
As
lavas da tua língua derramam sobre os campos da concupiscência
Devasta
os filhos da serpente e a experiência prostra aos teus pés
Deveras
sobreviver a simplicidade estúpida da tua natureza
Mas
do sol escorreu sangue
E
a luz própria da lua borrou os céus de negro
Um
novo sol clamou a fotossíntese
Dividiu
o mar e seus continentes
Devolveram
os súditos a sua realeza
Hastearam
as bandeiras das nações
O
mar revolto debruçou em águas tranqüilas
As
mágoas sufocadas no subconsciente
A
fava do mel extraída de uma flor
Seu
deitar é como o manto das nuvens sobre as plumas
São
como a suave e despercebida topada do vento
A
gruta que acolhe a ignorância do homem antigo
O
gameta que libera radicais metamorfoses
A
fusão radioativa da beleza nas mutações de um verdadeiro amor
A
terra descansa tranqüila no epicentro da razão
Mas
a carne fraqueja dentre os rios se poluem
O
satélite provoca as ondas dos mares
Os
vulcões vomitam suas lavas
Os
animais se abatem no comensalismo
As
geleiras das costas se deslocam
Um
coração revolto desperta do túmulo das incertezas
Há
um livro bem guardado com seus pergaminhos e mistérios
Nada
é mais terrível que a maldita saudade
Na
gula dos amantes passados a solidão que carrega no peito
Abalas
o cismo e me rachas como placas tectônicas
Quero
um veleiro para atravessar o oceano
Descansar
em águas tranqüilas
Pois
nada é mais terrível do que a solidão.
(Poemas Surrealistas)
Pelo autor Marcelo
Henrique Zacarelli
São Paulo, Janeiro
de 2011 no dia 12.
Nenhum comentário:
Postar um comentário