Sabes quem eu sou...
E assalta-me as madrugadas
Devolves-me o que me tirou
O tanto quer de mim, sou nada...
Relento é o vento, eu sei...
A minha boca fomeada de migalha
No meu íntimo o fútil que provei
A minha carne esfacelada de navalha;
Porém dias me valerão por nada
E terás por ventura a maldita saudade
As tuas benevolentes prevaricadas
Fazem das tuas mentiras, verdades...
Sabes quem eu sou
Ou não sabes nada
Caolho fodido se desencontrou
Na iludida vida resignada;
Faz de conta que do reles se formou
Esvaziou-se por entalada
E do próprio amor se enforcou
A gula da sepultura exacerbada;
Cai em mim então terra
Do pó a minha carne que foi tomada
O sofrimento que a minha alma cerra
Agora sei de que sabes tu de que não sou nada.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Julho de 2012 no dia 14.
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