Marcelo Zacarelli

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15 setembro 2013

A Emboscada dos Xamãs


Sou um andarilho no olho do sol, 
seguindo as marchas das almas.
Vim comer as nádegas das águas, 
no deserto incerto deixei minhas pegadas.
Sigo pelo caminho inverso,
para a emboscada dos Xamãs;
As aves disputam a carne cansada,
dos meus flagelados calcanhares.

Gastas alparcas, pergaminhos retalhados e um odre vazio;
Seguirei até o asilo das tribos dos meus descendentes, 
até que uivem os lobos e minha alma geme.
Todas as formas de amor transformara-se em ódio,
a forasteira morte tem o tiro certeiro;
Deita-se comigo moribunda fêmea... 
Antes que o vinho apodreça em minha mente.

A noite vomita nos olhos da serpente,
todo veneno que por ti tem extraído;
Na dança dos Xamãs descobri um segredo,
toda criança tem um sonho,
todo homem tem um medo.
Não descansarei até que as chagas
da minha carne encontre a cura;
A morte é só um meio.

Pelo autor Marcelo H. Zacarelli
São Carlos, Agosto de 2013 no dia 31





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