Sou um andarilho no olho do sol,
seguindo as marchas das almas.
Vim comer as nádegas das águas,
no deserto incerto deixei minhas pegadas.
Sigo pelo caminho inverso,
para a emboscada dos Xamãs;
As aves disputam a carne cansada,
dos meus flagelados calcanhares.
Gastas alparcas, pergaminhos retalhados e um odre vazio;
Seguirei até o asilo das tribos dos meus descendentes,
até que uivem os lobos e minha alma geme.
Todas as formas de amor transformara-se em ódio,
a forasteira morte tem o tiro certeiro;
Deita-se comigo moribunda fêmea...
Antes que o vinho apodreça em minha mente.
A noite vomita nos olhos da serpente,
todo veneno que por ti tem extraído;
Na dança dos Xamãs descobri um segredo,
toda criança tem um sonho,
todo homem tem um medo.
Não descansarei até que as chagas
da minha carne encontre a cura;
A morte é só um meio.
Pelo autor Marcelo H. Zacarelli
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