Marcelo Zacarelli

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19 janeiro 2014

A Perpetuidade de uma Lágrima


Compadecida dos olhos
Salta de entre as rugas
Do envelhecido rosto
Gritando em silêncio
Um som de angustia
Do fundo do peito
Do coração extraída
Repousa escorrida.

Quem a vê se conturba

E outras virão constantemente
Por cada lágrima
Um sonho, e uma saudade
Um por quê, e:
Por onde morrerão?

Nos lábios que se calam

Serão o fim das lamúrias?
Secarão com o vento?
Retornarão de onde vieram?
Quantas perguntas sem resposta
Por serem furtadas
De um sofrimento todo meu.

Eu bem sei que as lágrimas passam

Despercebidas ou não
Silenciosas ou gritantes
Sobres as rugas qual se multiplicam
Não podem reconstruí-las
Ao expressar-se na dor
Passam quase que por despercebidas.

Não haverá outras lágrimas

De sorte que a solidão me deixou
Porém a saudade promete
Jurou acompanhar-me
Na vida ou na morte;
Estou perpetuado a te sentir.

Marcelo Zacarelli

Itaquaquecetuba, 15 de Dezembro de 2003



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