Até Quando?

Até quando?

Certas vezes perguntamos

Para nós mesmos;

Até quando resistirão nossos sonhos?

Até quando o céu perderá o seu cinza,

E verá o azul desbotar pela manhã...

Até esse mesmo céu, horas depois,

Tomará por assalto um laranja,

Mesmo por alguns minutos,

Quando á tarde tornar-se-á órfão...

Do rueiro sol e um deserto tão negro

Como olhos de jabuticaba, estamparão

As Estrelas no firmamento;

Até quando irá perdurar

O desejo de lançar nossos trajes

E quando nos damos por conta

A nudez vendada pela peça íntima

Convida-nos a uma viagem

Proibida e perigosa,

Até quando? Você pergunta

Como que questionando o tempo

Pós deparar-se com o fruto

Do metabolismo de seu corpo ecoar

Como líquido a vala veia

Do teu corpo quente;

E ao obstruir tuas entranhas,

Tua voz cega e de timbre diferente,

Já não sabes mais distinguir tom e volume;

Até quando... Iremos nos perder

A tempo de poder acharmos?

E nossas mãos comportadas,

Irão encontrar limites entre nós;

Nossos lábios não descansam!

Nossos ouvidos cochilam

Ao som da nossa canção preferida;

Sinto meu corpo flutuar,

Porém como a insistente teoria

Física conhecida como

Lei da gravidade faz-me transportar

Meu corpo junto ao teu;

E me pergunto, Até quando?

Meu instinto predador, animal e homem

Tomará de refém esta partícula ereta e teimosa;

E ao final de cada

Vinte três horas e oito minutos;

Tua voz como terrível alarme

Faz cessar o sussurro descuidado

E todo suor evaporar em segundos;

Até quando?... Camisas e calças

Receberão ordens de retorno;

Até quando? O relógio

Aborrecerá nossos pulsos;

Até quando Você irá resistir

Ao tempo e a razão, até quando?

“Um dia que marcou as nossas vidas.”

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli

Guarulhos, Agosto de 2007 no dia 09.