Quando Teus Olhos me Procuram

Quando teus olhos me procuram...

Estou perdido;

Quando se perdem as manhãs no infinito;

Na destreza de um sorriso triste...

Perdido por alguém que teima em me notar

Perdido por te querer amar;

Teus olhos sem direção estão perdidos

Como barco a deriva ou precipício

Olhares de desvios, de charmes e vícios...

Procura por alguém imperceptível;

Insolente por um momento inflama

Se não estás em meu campo de visão reclama;

De menina de olhar maliciosa

De retina leviana e viçosa;

Improvisada de um natural esverdeado;

Que liberta certo alguém encadeado;

Tão sóbrio e insolente é teu olhar

Que insiste aos meus olhos perguntar;

Quando meus olhos te procuram estás perdida

Como as ondas que se quebram aos teus pés

Sem notar, quando cair à madrugada...

Estarás insaciada e mórbida em um sutil descontrole;

Tuas pálpebras inquietarão

Como rosa fumegante descoberta de um botão;

Renascerás de um desejo sonolento

Sem forças no teu pulso de mulher;

Esculpirás no toque imaginário dos teus dedos

Um rosto persuadido de ilusão;

A sede que seca tua boca

Trará-te à tona de volta à consciência;

Alguém que incinerou na pira dos teus olhos

Que caiu como cinzas ao tomar da tua boca.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli / Guarulhos, Abril de 2007 no dia 07.