Marcelo Zacarelli

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04 fevereiro 2012

O Desaparecimento do Homem


Uma vontade incontrolável grita dentro de mim
As vozes se calam
Minha alma sente sede, desejo estranho
As correntes ferem meu pulso, continuo caminhando
A caravana passa os insanos
A cabeça sangra, sinto medo
As aves rodeiam o tempo todo
A matilha de cães famintos, inimigos
A coragem desconfia.

Certa vez lembrei-me de algo
Não dar as costas aos predadores
Não caminhar só à luz do dia
A noite é amiga da covardia
O instinto falha quando precisa
Quem sonha acordado amanhece na sepultura
Os assassinos estão às portas furtando vidas
Somente os fortes sobreviverão.

Seremos flores plantadas ao deserto
Não restará pedra sobre pedra
Ficarão os escombros como lembrança
Almoçaremos com os escarnecedores
Os lobos tomarão como fiança as nossas almas
A ignorância é a maior inimiga do homem
Quem tem sabedoria guarda sua porção
Não atira aos porcos
As migalhas da própria consciência.

Homens predadores de homens
Escora-se em histórias sofridas
Atrasam o relógio do tempo
Por dois mil anos
As sepulturas vos esperam
Não haverá lembranças
Hoje o dia não nasceu
O sol escondeu-se de vergonha
Escureceu pra sempre no coração do homem
Que deixou de existir por opção própria.

Curiosamente este Poema fora elaborado na loja do Pavilhão D’água
“Da Fonte de água Mineral Itágua, por volta das 09 h da manhã, não tendo o Poeta nenhuma ciência do acontecimento histórico da queda das Torres gêmeas do World Trade Center nos Estados Unidos até aquele momento.”


Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, Setembro de 2001 no dia 11.



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