Devora-me hó saudade
Pois já é madrugada
A fome que de ti ladra
Enfarta-me e me acalma
Devora-me por inteiro
E rouba-me à hora
De abandonos e sonos
Por que debrucei na poesia
Da solidão que fascina e vicia.
Devora-me por um momento
Pois a noite é silenciosa
Como mudo é meu sofrimento
Meus atos pecaminosos
São travesseiros e pensamentos.
A noite termina como as estrofes
Preenchidas de suicidas
A poesia morreu como as manhãs
E na insônia do poeta
Reviveu a morte
E a saudade de alguém
Devora-me só mais esta vez.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Abril de 2009 no dia 12.
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