Marcelo Zacarelli

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14 agosto 2012

Moribundo


Eu, um moribundo vagabundo na vala a apodrecer
Nefasto, meditabundo, a esfalfar-se no entardecer
Eu nesta frialdade da alma em um outono ufano
Escapelo a vaidade de um dia profano;

Eu, em largas passadas vejo o sol a escurecer
Intrépido, estarrecido, hipocondríaco ser
Ostento por um momento um pensamento insano
O de que posso morrer ou viver por engano;

E faz-se medrar na haste a minha dor
Em delírio e febre o ardente sangue
O tecido do meu corpo em estupor...

Do vaso raso, estiolado pulso cortado
Faz vazar a vida de um pobre eloqüente
Um moribundo salvo, farto e desgraçado.

“Soneto”


Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Agosto de 2012 no dia 07.

Um comentário:

Anônimo disse...

Poema muito forte, do Zacarelli.
De um fato real que muito acontece.
Prá suavisar um pouco, eu fiz uns versinhos biblicos.


O ser humano não inventou a vida
Nós não inventamos nem desejamos tal sorte
Que nos faz moribundo
Para se despedir deste mundo
Através deste temivel e inevitável transporte.

Tudo é Responsabilidade Da Santidade, O Criador
Pelo avivamento, pela alegria, e pelas feridas
Pelo perfeito, pelo feio, e por tudo que já se viu
Pelas Bênçãos conseguidas
E pelo milagre que não existiu.


Na casa do Meu Pai há muitas moradas
Pela Sua Grandeza, Deus, Jeová, Dará
Ao seu filho, nova vida e casa para morar
Do terrestre que se despede,
Com o seu especial passaporte.
Como diz em Mateus, na palavra de Deus
Não devemos nos preocupar em pensar
Todos os dias, no dia da nossa morte.

(celso archanjo)