Marcelo Zacarelli

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20 setembro 2012

A Morte da Tarde


Sem ter culpa a tarde cuspe o sol
E cobre a brochura do céu de um vermelho
O outono varre as folhas a beira do seol
E investiga outros mais, ou iguais pensamentos...

A fadiga da noite descansa tranquila
Refrescam as almas das infladas flores
Há noite as cigarras que ora as mesquitas
Espantam os males, afugenta as dores;

Falam também as águas nas costas das rochas
E vem encontrar-se feliz ao ribeiro
Cantam as valsas diretrizes dengosas
As rosas despidas a bailar no relento;

Subordinados a madrugada, os vagalumes indefesos
Vasculham um coração sombrio, de solidão sofrendo...
Logo a saudade vai embora, e com ela um desfecho
A lua cai por sobre a cova e suspira horrendo;

Sem ter culpa a noite já ensaia uma despedida
No crepúsculo das seis horas, ecoa um sumiço
O sol vomitado da vala que se espreguiça
Faz do dia inteiro um completo cortiço.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Setembro de 2012 no dia 20.

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