Marcelo Zacarelli

Marcelo Zacarelli

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19 janeiro 2014

Reticências


Pobre diabo é que sois
Caçoava de mim, a minha própria existência
Que pensas que é o amor?
Se não da vida, as reticências...
Deixei-as por inacabadas
Mas quem é que não chega a morrer assim?
Eu mesmo vivo farto delas.

Replico, de teimoso
Por que amar, este mesmo, nem sabe;
O caminho do ódio me parece mais curto
E põem-te a sofrer menos
Por isso amei odiá-las, por convicção ou acaso.

Quando me pego na solidão, lá vem elas
Saltam entre linhas de amores não correspondidos
Podem-se achá-las em qualquer esquina
Qualquer quarto, em goles de bebidas...
Estas coisas, por ironia do destino
Assombraram-me sem qualquer aviso.

Então encontrei uma maneira de virar o jogo
Nas exclamações até certo ponto
Por ora deram-me certo;
Otimismo demais fazem mal a saúde
Adoecem as certeza, alimentam as decepções

Se tudo pode ser uma interrogação
Até mesmo a morte
Fica a dúvida se me perguntares
Até quando a sorte?
Foi então que cansei 
Abri mão da sínica gramática da vida.

Se queres uma sincera opinião sobre a vida
Toma esta por explanação!
Que faço eu agora com os temores desta vida?
Os rumores dos amores!
Ah! os amores...

Marcelo Zacarelli
São Paulo, 09 de Janeiro de 2014



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