O deserto parece que rasteja aos meus pés
E o vento se curva aos meus ouvidos
Sou um lobo que uiva ao encontro do nada
A sombra de alguém que assombra o meu quarto;
Eu lembro que um dia você preferiu o silêncio
Sei que você não pode mais me esperar;
Mas eu ainda posso cortar ao fio da navalha
As mentiras que me trazem você;
Com os olhos negros fumegantes
À noite me atrai em círculos
Ouço o cantar vicioso das cigarras
Estamos tão longe e ao mesmo tempo tão perto;
Quem poderá fender a cicatrizes que carrego?
Tenho o tempo por inimigo e cansaço...
Tenho sede por um lábio dissolvendo
Águas desperdiçadas e lágrimas absorvendo;
Sou um lobo que uiva ao encontro do nada
Faróis me cegam ao longo da estrada
O caminho de volta já não sabe ao certo
O sangue como rastros me vazou em pensamentos.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Julio de 2011 no dia 21.
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