O vento sopra forte por aqueles lados
Ao longe, sinto o cheiro do café
Ao entrar pelo quintal de roxas terras
Saúdo os cãezinhos que me fazem festa.
Água barrenta retirada do poço
Mata a sede de um lábio ressecado
Em sua casinha de tijolos
Aquele velho homem ainda sonha.
Mas não se engane
Quem pensa que o conheça
Quem poderia fender
As trancas de seu coração?
Há um segredo cerrado
Nas grades daqueles olhos cansados
Que nem mesmo o tempo
Ousa colocá-lo em liberdade.
Meu velho pai, saiba que estou contigo
A esperança entrou comigo
por aquele portão;
Dá-me um longo abraço
por que preciso agora
Em tua casa de tijolos
Que me deste abrigo.
Marcelo Zacarelli
São Paulo, 17 de Dezembro de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário