Como é fino o sorriso do
entardecer
Linhas púrpuras do empalidecido
sol...
Correm as águas sobre a garganta
do murmúrio
Descansam sobre as rochas geladas
e pasmas;
Entorpecido o vento, varrem as
violetas
E desfila assovios anunciando a
tormenta...
Asas procuram por abrigo, nobres
por ninhos
A natureza acata um tom do
absurdo;
Eis que um leque de flores
afugentam as dores
Amarelam as trupes dos
desamores...
Esbraveja o céu com os flashes das
náuseas
E vomita água na calma das
mágoas;
E tudo isso aos olhos lhe parece
formoso
Da penumbra do céu de atordoados
clamores
Míngua um setembro agonizante dos
amantes
E nasce um outubro conivente de
temores;
Más, que então a tumba traga as
rosas
Um calor de verão fora de tempo
E forram os canteiros lúgubres
fornalhas
Mais quente que o inferno e mais
frio que o gelo;
Despeço-me então da inusitada
cena
Da natureza que me pega por
avesso
Hei de ignorar a própria compostura
De que tudo se transforma com o
tempo.
Pelo autor Marcelo Henrique
Zacarelli
Village, Outubro de 2012 no dia
09.
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