Você que me olha num leito
Não julgue a carcaça de um pobre
diabo...
Aquele que tem a dor por
confinamento
A febre na pele, pelo amor
odiado;
Ainda que possa sentir o mar, o
sal, o cheiro...
A solidão de um pássaro em plena
revoada
Por que sei que tens um dia
inteiro
Em mim a eternidade para tocar a
minha alma;
Porém não as impedem os meus
pensamentos
A súbita, ingrata e trancafiada
vidraça...
Há tanta vida lá fora eu rogo em
lamento
Mas não a nada que queira e não
faça;
Posso até abraçar a fina areia
Senti-la nos dedos ecoar pela
vala
A lua curvar aos meus pés;
Esperneia...
Sou tetraplégico na carne
Condenado a solidão, subordinado
a saudade...
Sou um pintor cujo pincel se
desenha com a tinta da alma.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
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